Nesta segunda-feira (12/05), Estados Unidos e China anunciaram uma suspensão temporária das sanções tarifárias entre si, com duração de 90 dias. Como parte do acordo, os EUA reduziram suas tarifas de importação de 145% para 30%, enquanto a China diminuiu as suas de 125% para 10%. O gesto sinaliza uma tentativa de reequilíbrio nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Repercussão imediata nos mercados internacionais
A trégua teve reflexos quase instantâneos nas bolsas de commodities. Em Chicago, os contratos futuros de grãos reagiram positivamente:
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A soja para julho registrou valorização de 1,16%, alcançando US$ 10,64 por bushel.
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O milho teve alta de 0,56%, sendo negociado a US$ 4,52 por bushel.
Esse movimento reflete o otimismo dos investidores diante da possibilidade de retomada do fluxo comercial entre os dois países, especialmente no setor agrícola.
Impactos para o agro brasileiro
Para o Brasil, principal exportador de commodities agrícolas como soja, milho e carne bovina, a reaproximação entre EUA e China traz um cenário ambíguo.
Por um lado, surgem riscos:
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A redução de tarifas facilita o retorno competitivo dos produtos norte-americanos ao mercado chinês, o que pode diminuir a fatia brasileira nas exportações para esse destino estratégico.
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A concorrência direta, sobretudo na soja, tende a se acirrar, pressionando margens de lucro e exigindo maior eficiência logística e comercial por parte dos produtores e exportadores brasileiros.
Por outro lado, há perspectivas positivas:
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A trégua reduz a tensão geopolítica global, o que costuma impulsionar o apetite por ativos e investimentos em países emergentes, como o Brasil.
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O país pode reforçar sua imagem como fornecedor estável e diversificado, buscando ampliar acordos bilaterais e consolidar relações comerciais sustentáveis com ambos os gigantes.
Diante desse novo contexto, o agronegócio brasileiro precisa manter o monitoramento para novas possíveis movimentações. É importante lembrar que a trégua tem prazo definido. O ambiente internacional permanece volátil, e decisões futuras entre EUA e China podem mudar rapidamente a configuração do comércio agrícola mundial.