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Balança comercial de lácteos: importações fecham o ano em baixa

No mês de dezembro, o saldo registrado para a balança comercial de lácteos ficou em cerca de -189 milhões de litros em equivalente-leite.

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No mês de dezembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo registrado para a balança comercial de lácteos ficou em cerca de -189 milhões de litros em equivalente-leite, registrando um aumento mensal de cerca de 10 milhões de litros em relação a novembro, conforme pode ser observado no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

 Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As exportações de lácteos, apesar de serem em volume pequeno, apresentaram aumento no último mês, com 5,4 milhões de litros em equivalente-leite exportados em dezembro, o aumento mensal foi de 12,5%. Em relação a dezembro de 2023, a variação foi de -3,6 % conforme mostra o gráfico 2. Dessa forma, o ano de 2024 fechou com um volume total exportado de cerca de 86,1 milhões de litros em equivalente-leite (+19,5%).

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Já as importações fecharam o ano em baixa. Ao todo, foram importados em dezembro cerca 194,4 milhões de litros em equivalente leite, registrando um recuo de - 4,8% em relação ao mês anterior, como mostra o gráfico 3. 

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Dessa forma, apesar do recuo no último mês, o volume importado total do ano apresentou o maior volume anual da série histórica, fechando 2024 com cerca 2,3 bilhões de litros em equivalente-leite (+5% vs 2023).

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em relação às categorias exportadas no último mês, as maiores variações mensais de volume foram apresentadas pelas categorias de leite em pó desnatado, que teve redução de cerca de 802 toneladas (-92%) e fechou o mês com volume exportado de 72 toneladas em dezembro; além da categoria de leite condensado, que aumentou seu volume no mês em 298.758 toneladas (+51%) e fechou dezembro com cerca de 886.190 toneladas exportadas.

Já pelo lado das importações, o leite em pó desnatado se destacou em crescimento percentual, com aumento de 49%. A categoria dos iogurtes teve um aumento de 4.356 toneladas no mês de dezembro totalizando cerca de 48.645 toneladas importadas, um patamar de +50% de aumento. Por fim, o soro do leite e manteiga também apresentaram aumentos, sendo em cerca de +17,4% para o soro de leite e 33% para a categoria das manteigas. 

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Por outro lado, o grupo de queijos foi o principal destaque: após uma sequência de aumentos consecutivos, atingindo as máximas históricas, o volume importado da categoria voltou a apresentar expressiva redução, com retração de cerca de 38%  em relação ao último mês.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de dezembro e novembro de 2024.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em dezembro de 2024

Balança comercial de lácteos em dezembro de 2024

 

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em novembro de 2024

Balança comercial de lácteos em novembro de 2024
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

 O que podemos esperar para os próximos meses?

Apesar do volume importado ainda ser considerado elevado, essa tendência de diminuição já observada em dezembro deve prevalecer ao longo de 2025. 

Nos últimos meses, os compradores brasileiros têm visto seu poder compra para importações de lácteos ficarem mais limitados, em virtude da mudança de patamar dos preços internacionais (que estão mais caros) e, principalmente, da forte elevação recente da taxa de câmbio, que tem operado em patamares acima de R$6,00/dólar

Nesse cenário, as exportações argentinas e uruguaias para fora do Mercosul se mostraram como fator de competição para as importações brasileiras, visto que a  presença de novos compradores reduziram a prioridade do Mercosul para envios ao Brasil. Esse redirecionamento das exportações ganhou força no último trimestre de 2024 e, agora, no início de 2025, pode continuar representando um fator limitante nas importações.

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Material escrito por:

Matheus Napolitano

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Leonardo Baião Leite de Lima

Leonardo Baião Leite de Lima

Graduando em Engenharia Agronômica ESALQ-USP atualmente trabalha como Analista de mercado JR - Milkpoint mercado

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Eduardo de Paula Nascimento
EDUARDO DE PAULA NASCIMENTO

FRANCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/01/2025

Bom dia!
Apesar da queda (pouco significativa) das importações em dezembro, ainda acredito que esse tema deve ser avaliado com grande preocupação.
Mesmo com o decreto 11.732, que fez com que os laticínios deixassem de importar e mesmo com a aceleração do Dólar nos últimos meses do ano, fechamos 2024 com média de importação superior a 190 milhões de litros mensais ou 6,26 milhões de litros por dia. A importação média em 2023 foi de 182 milhões de litros mensais, expondo claramente a ineficácia do decreto, que só deixou o caminho ainda mais aberto para os traders e empresas argentinas e uruguaias que não têm nenhum vínculo com o produtor brasileiro.
Outros mercados podem atrair as exportações argentinas e uruguaias, mas temos que considerar que a produção Argentina está em plena alavancagem e a vazão mais adequada para esse volume maior certamente é o Brasil.
Comento tão somente porque acredito que não podemos minimizar os efeitos que 194,4 milhões de litros importados por traders, no auge da nossa safra, podem causar mercado brasileiro.
Matheus Napolitano
MATHEUS NAPOLITANO

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS

EM 08/01/2025

Olá, Eduardo!

Obrigado por agregar esses pontos e contribuir para a discussão.

Como comentado no texto, o volume anual de 2024 foi o maior da série histórica. Sendo assim, claramente os decretos governamentais não tiveram os efeitos desejados, como você pontuou.

Neste momento, o próprio mercado que tende a limitar as importações à frente, em virtude dos fatores citados (preços altos do Mercosul e, principalmente, câmbio mais elevado). Mas, como sabemos, o mercado volátil (tanto preços como câmbio), então, são pontos que devem ser acompanhados de perto.


Abraços e excelente 2025!
Qual a sua dúvida hoje?

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No mês de dezembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo registrado para a balança comercial de lácteos ficou em cerca de -189 milhões de litros em equivalente-leite, registrando um aumento mensal de cerca de 10 milhões de litros em relação a novembro, conforme pode ser observado no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

 Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As exportações de lácteos, apesar de serem em volume pequeno, apresentaram aumento no último mês, com 5,4 milhões de litros em equivalente-leite exportados em dezembro, o aumento mensal foi de 12,5%. Em relação a dezembro de 2023, a variação foi de -3,6 % conforme mostra o gráfico 2. Dessa forma, o ano de 2024 fechou com um volume total exportado de cerca de 86,1 milhões de litros em equivalente-leite (+19,5%).

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Já as importações fecharam o ano em baixa. Ao todo, foram importados em dezembro cerca 194,4 milhões de litros em equivalente leite, registrando um recuo de - 4,8% em relação ao mês anterior, como mostra o gráfico 3. 

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Dessa forma, apesar do recuo no último mês, o volume importado total do ano apresentou o maior volume anual da série histórica, fechando 2024 com cerca 2,3 bilhões de litros em equivalente-leite (+5% vs 2023).

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em relação às categorias exportadas no último mês, as maiores variações mensais de volume foram apresentadas pelas categorias de leite em pó desnatado, que teve redução de cerca de 802 toneladas (-92%) e fechou o mês com volume exportado de 72 toneladas em dezembro; além da categoria de leite condensado, que aumentou seu volume no mês em 298.758 toneladas (+51%) e fechou dezembro com cerca de 886.190 toneladas exportadas.

Já pelo lado das importações, o leite em pó desnatado se destacou em crescimento percentual, com aumento de 49%. A categoria dos iogurtes teve um aumento de 4.356 toneladas no mês de dezembro totalizando cerca de 48.645 toneladas importadas, um patamar de +50% de aumento. Por fim, o soro do leite e manteiga também apresentaram aumentos, sendo em cerca de +17,4% para o soro de leite e 33% para a categoria das manteigas. 

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Por outro lado, o grupo de queijos foi o principal destaque: após uma sequência de aumentos consecutivos, atingindo as máximas históricas, o volume importado da categoria voltou a apresentar expressiva redução, com retração de cerca de 38%  em relação ao último mês.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de dezembro e novembro de 2024.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em dezembro de 2024

Balança comercial de lácteos em dezembro de 2024

 

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em novembro de 2024

Balança comercial de lácteos em novembro de 2024
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

 O que podemos esperar para os próximos meses?

Apesar do volume importado ainda ser considerado elevado, essa tendência de diminuição já observada em dezembro deve prevalecer ao longo de 2025. 

Nos últimos meses, os compradores brasileiros têm visto seu poder compra para importações de lácteos ficarem mais limitados, em virtude da mudança de patamar dos preços internacionais (que estão mais caros) e, principalmente, da forte elevação recente da taxa de câmbio, que tem operado em patamares acima de R$6,00/dólar

Nesse cenário, as exportações argentinas e uruguaias para fora do Mercosul se mostraram como fator de competição para as importações brasileiras, visto que a  presença de novos compradores reduziram a prioridade do Mercosul para envios ao Brasil. Esse redirecionamento das exportações ganhou força no último trimestre de 2024 e, agora, no início de 2025, pode continuar representando um fator limitante nas importações.

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Matheus Napolitano

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EM 08/01/2025

Bom dia!
Apesar da queda (pouco significativa) das importações em dezembro, ainda acredito que esse tema deve ser avaliado com grande preocupação.
Mesmo com o decreto 11.732, que fez com que os laticínios deixassem de importar e mesmo com a aceleração do Dólar nos últimos meses do ano, fechamos 2024 com média de importação superior a 190 milhões de litros mensais ou 6,26 milhões de litros por dia. A importação média em 2023 foi de 182 milhões de litros mensais, expondo claramente a ineficácia do decreto, que só deixou o caminho ainda mais aberto para os traders e empresas argentinas e uruguaias que não têm nenhum vínculo com o produtor brasileiro.
Outros mercados podem atrair as exportações argentinas e uruguaias, mas temos que considerar que a produção Argentina está em plena alavancagem e a vazão mais adequada para esse volume maior certamente é o Brasil.
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Matheus Napolitano
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Olá, Eduardo!

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Como comentado no texto, o volume anual de 2024 foi o maior da série histórica. Sendo assim, claramente os decretos governamentais não tiveram os efeitos desejados, como você pontuou.

Neste momento, o próprio mercado que tende a limitar as importações à frente, em virtude dos fatores citados (preços altos do Mercosul e, principalmente, câmbio mais elevado). Mas, como sabemos, o mercado volátil (tanto preços como câmbio), então, são pontos que devem ser acompanhados de perto.


Abraços e excelente 2025!
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