O preço do leite captado em março registrou alta de 1,3%, alcançando R$ 2,8241 por litro na “Média Brasil”, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em valores reais, já descontada a inflação medida pelo IPCA de março, o valor é 15% superior ao observado no mesmo mês de 2024. Essa é a terceira alta mensal consecutiva, impulsionada pela maior disputa entre as indústrias pela matéria-prima. No entanto, o ritmo de valorização começa a perder força.
Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2025).
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
A principal razão para a desaceleração dos preços no campo é a demanda enfraquecida no varejo impactadas pela menor procura do consumidor final.
Por outro lado, a oferta, no campo, não deu sinais de retração significativa com a aproximação da entressafra, a oferta de leite no campo se manteve praticamente estável. O ICAP-L caiu apenas 0,2%, segundo o Cepea.
Em várias bacias leiteiras, o volume captado entre março e abril superou os anos anteriores, impulsionado pelo clima favorável, boa qualidade da silagem e margens mais atrativas, o que estimulou investimentos mesmo em um cenário com custos de alimentação ainda altos.
Com uma oferta firme mesmo na entressafra, o consumo ainda enfraquecido e a margem da indústria apertada, o setor já projeta um comportamento atípico nos preços pagos ao produtor no segundo trimestre, com possibilidade de queda.
As informações são do CEPEA, adaptadas pela equipe MilkPoint