A média Brasil do preço do leite captado em fevereiro fechou em de R$ 2,7734 por litro, segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, representando uma alta de 3,3% em relação ao mês anterior e de 18,1% comparado ao mesmo período do ano ado (valores deflacionados pelo IPCA do mês).
Este é o segundo mês consecutivo de valorização do leite cru, impulsionada pela maior competição entre as indústrias pela matéria-prima, o que tem gerado uma pressão de alta nos preços, conforme mostrado no gráfico abaixo
Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de fevereiro/2025).
fonte: CEPEA-ESALQ/USP
O aumento da concorrência pela compra do leite cru, por sua vez, se explicou pela diminuição da oferta no campo neste período do ano, sobretudo em decorrência do clima adverso em várias bacias leiteiras.
De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) registrou queda de 4,6%, puxado por recuo médio de 6% nos estados do Sul, de 9% em Goiás e de 4% em São Paulo. Em Minas Gerais, a diminuição foi de 1,3% e na Bahia, de 0,3%.
Do lado da demanda, os preços elevados dos lácteos ao consumidor final têm resultado em uma postura mais retraída no consumo. Isso ocorre devido à alta inflação refletida diretamente nas gôndolas dos supermercados, gerando dificuldades para as indústrias realizarem novos aumentos nos preços de venda dos derivados.
Ainda assim, o efeito sazonal deve continuar impactando a produção de leite no país, que tende a seguir em retração até o mês de maio. Dessa forma, a menor oferta tende a sustentar novos avanços para o preço do leite recebido pelo produtor.