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Pastejo rotacionado: 9 perguntas e 9 respostas

O pastejo rotacionado é basicamente a divisão das áreas disponíveis para pastejo em piquetes. Uma alternativa de sistema de criação. Tire suas dúvidas aqui!

Publicado em: - Atualizado em: - 5 minutos de leitura

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O que é pastejo rotacionado?

A definição de sistema de pastejo rotacionado é basicamente a divisão das áreas disponíveis para pastejo em piquetes, de acordo com a forrageira utilizada (número de dias de descanso) e dias de ocupação (tempo que os animais permanecem no piquete).
 

Vantagens e desvantagens do pastejo rotacionado

A utilização desse sistema pode trazer muitos benefícios ao sistema produtivo: maior controle sobre o pasto, uniformização do manejo de desfolha, facilidade na adubação e manejo das áreas em descanso; proporcionando assim maior eficiência do sistema como um todo.

Além das vantagens apresentadas, existem alguns pontos que podem ser negativos. Para obter estes benefícios, por exemplo, é necessário conhecer, se informar e executar de forma eficiente as práticas de manejo recomendadas. Por se tratar de um sistema intensivo, demanda a construção de cercas e adubação das áreas, o que requer investimento maior e necessidade de mão de obra.

Assim como todos os sistemas, o pastejo rotacionado contempla vantagens e desvantagens. Mas além delas, existem muitas dúvidas e muitos mitos envolvendo esse sistema.

Nesse artigo você encontra 9 perguntas e 9 respostas sobre o pastejo rotacionado que podem ajudar você a decidir sobre a implementação ou manejo do sistema.
 

É possível utilizar o pastejo rotacionado em qualquer área?

Para separar os piquetes de rotação é necessário a construção de cercas e realizar adubação das áreas. Isso faz com que esse sistema não seja viável em algumas regiões, como por exemplo, no Pantanal. Sistemas como o do Pantanal requerem outros objetivos e, principalmente, por serem ecossistemas naturais, não podem ser alterados.

Outra limitação poderia ser fazendas muito grandes e ainda pouco desbravadas, que demandam um sistema menos intensivo, não por seu potencial, mas sim, pela sua área muito extensa, que acaba inviabilizando a intensificação.


É necessário suplementar os animais no inverno no sistema de pastejo rotacionado?

Por ser um sistema que aumenta a produção das forrageiras, muitos pensam que há aumento de pasto também no inverno e, por isso, não há a necessidade de suplementar os animais. No entanto, isso não é verdadeiro.

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O sistema de pastejo rotacionado acaba piorando a estacionalidade de produção de forragem, pois, com o aumento da taxa de lotação, aumenta o número de animais na área e no inverno.

Como a estacionalidade ocorrerá normalmente, é necessário suplementar mais animais, pois há mais animais para se alimentar em comparação a uma área que aria menos animais.
 

O pastejo rotacionado garante maior ganho de peso por animal individualmente?

A maioria das pessoas também acredita que, ao utilizar pastejo rotacionado, os animais ganharão mais peso individualmente. No entanto, isso não é verdadeiro. No pastejo extensivo, o animal por ter uma vasta área para pastejar, acaba selecionando mais o capim e, por isso, ganha mais peso. Isso ocorre apesar de eles caminharem mais para pastejar.

Os animais acabam engordando mais e produzindo mais leite, pois selecionam mais o capim. Essa seleção permite que os animais consumam folhas novas, com alto teor de proteína e baixa fibra, o que os faz ganhar mais em função do maior aproveitamento do capim.

No sistema de pastejo rotacionado os animais não selecionam o capim, mas, ao se colocar mais animais na área, certamente ocorre um ganho maior por área, viabilizando o sistema. Isso pode ser associado a ferramentas de manejo, como por exemplo, deixar os animais mais exigentes pastejarem primeiro.


Qual a melhor forrageira para o sistema rotacionado?

Ainda há muitas discussões com relação à espécie ou cultivar utilizados no sistema. Muitas pessoas ainda esperam a “forrageira milagrosa”. No entanto, isso não existe. O melhor capim para ser utilizado no sistema de pastejo rotacionado é aquele adequado ao sistema da fazenda, que atenda às suas necessidades e que se encaixe dentro do sistema (inclusive, economicamente falando).


Preciso adubar a pastagem no sistema rotacionado?

Sim! Para se alcançar altas taxas de lotação é necessário adubar o pasto de forma viável e adequada ao sistema da fazenda. Afinal, fazendo uma analogia, não é possível um atleta de elite obter resultados sem se alimentar direito.
 

O pastejo rotacionado serve apenas para gado de elite?

Não, todos os animais do rebanho podem se beneficiar em pastejar em sistema rotacionado desde que tenha lugar para todos os animais. O sistema serve principalmente para animais mais produtivos, de potencial para ganho, mas pode atender todos os animais desde que seja bem dimensionado. O mais importante nesse caso é que o sistema seja planejado e bem manejado.
 

Como dividir os piquetes no pastejo rotacionado?

O número de piquetes será definido de acordo com o período de descanso (PD) da forrageira utilizada e do período de ocupação (PO). Pode ser obtido pela equação: número de piquetes = (PD/PO) + 1.

O período de ocupação deve ter a menor duração possível, podendo variar de 1 a 8 dias garantindo, assim, melhor rebrota das plantas e facilitando o controle da lotação da pastagem.
 

Quantos piquetes por hectare no pastejo rotacionado?

Se efetuarmos uma breve conta com 27 dias de descanso e um dia de ocupação, teremos 28 piquetes. Considerando 10.000 m2 teremos piquetes de aproximadamente 350 m2. Também teremos que ter corredores de o e por isso os piquetes seriam pouco menores que isto.
 

Qual a taxa de lotação ideal no sistema rotacionado?

Uma vaca de leite come por volta de 2,5 a 4% do peso vivo de massa seca por dia. Ou seja, um animal de 500kg x 3%, comerá 15 kg de massa seca por dia. Sabendo disso, devemos definir a produtividade do capim utilizado no piquete.

Para isso, devemos medir a produtividade do capim em uma determinada área e após descobrir a produtividade de massa seca nesta área, multiplique esta produção por 0,7 ou 70% (valor que usamos para desconsiderarmos as perdas (30%) e altura de resíduo do capim) e teremos a produtividade média pela área coletada. Assim, extrapolamos para a área toda multiplicando o peso médio de um metro quadrado pelo tamanho do piquete e assim temos a produtividade do piquete (massa seca por dia).

Sabendo o consumo diário de uma vaca, se o meu piquete produz por dia 150 kg de massa seca, teremos uma lotação de 10 animais. Caso nós utilizemos mais dias de ocupação, fica evidente que teremos que dividir a produção daquele piquete pelos dias de ocupação e assim ajustar a lotação.
 

Aqui estão as respostas de algumas dúvidas relacionadas ao sistema rotacionado, mas é importante lembrar da importância de ter um técnico responsável que avalia a realidade da sua propriedade e indique as melhores alternativas para sua produção. 
 

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Material escrito por:

Stephanie Alves Gonsales

Stephanie Alves Gonsales

Zootecnista formada pela Universidade Estadual de Maringá e pós-graduada em Gestão do Agronegócio. Responsável pela Equipe de Conteúdo do MilkPoint.

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